Blockchain encontra a IA para produção de café sustentável e em conformidade com a EUDR

Originário da África e expandindo pela Ásia e Américas, o café chegou à xícara de pessoas de todo o mundo. Como uma indústria que cresceu e vale $460 bilhões, está sujeita a debates multifacetados.

Para os entusiastas do café, a questão pode ser se os grãos de café estão queimados demais ou se a mistura contém grãos de alta qualidade. Para os ativistas, a produção de café é uma causa de preocupações ambientais e sociais.

O café é uma mercadoria amplamente associada ao desmatamento. E as disparidades de renda são um problema de longa data que ameaça a existência dos pequenos produtores. Com a conscientização sobre tais questões aumentando, a demanda por fontes éticas entre os consumidores atingiu altos níveis. Três em cada quatro consumidores de café consideram importante métodos de produção sustentáveis e ecologicamente corretos, além de garantir que os agricultores sejam compensados de forma justa.

EUDR: Uma conformidade essencial para os produtores de café


Esclarecer a jornada do café vai além de ser uma política de negócios e se torna uma obrigação. Elaborada pela União Europeia, a Regulamentação sobre Produtos Livre de Desmatamento (EUDR) é um marco projetado para limitar a contribuição da Europa para o desmatamento global. A regulamentação exige que os produtos no mercado da UE sejam livres de desmatamento e produzidos em total conformidade com as leis ambientais e trabalhistas locais.

A legislação que em breve entrará em vigor obriga as empresas a fornecerem provas rastreáveis para seus produtos. As regras da EUDR visam principalmente bens importados, o que destaca a necessidade de soluções globais de cadeia de suprimentos para garantir a conformidade.

No entanto, a maioria dos pequenos produtores, que representam a maior parte dos produtores de café, mal consegue obter uma renda digna. Além disso, a maioria dos países que compõem o cinturão do café, a região onde o café cresce, está tecnologicamente subequipada.

A falta de recursos limita a capacidade de rastrear os processos de produção e torna virtualmente impossível cumprir regulamentações rigorosas, como a EUDR. Isso representa um risco para os pequenos produtores e regiões subdesenvolvidas de serem excluídos dos mercados internacionais, reduzindo ainda mais as já limitadas oportunidades de renda.

Tecnologias emergentes, como blockchain, inteligência artificial e Internet das Coisas, oferecem uma maneira de rastrear eficientemente as cadeias de suprimentos, otimizar a agricultura e melhorar os rendimentos. A combinação delas pode ajudar os agricultores locais a tomar as medidas necessárias para cumprir as regras da EUDR, que serão aplicadas um pouco mais tarde para as pequenas empresas.

Blockchain para pequenos agricultores


A Dimitra é uma empresa global de tecnologia agrícola (AgTech) que se concentra em transformar a agricultura com tecnologias de ponta. Ao alavancar blockchain, IoT e IA, a Dimitra ajuda os agricultores a melhorar a produtividade, reduzir custos e atender às exigências regulatórias. O token nativo ERC-20 da rede Dimitra, DMTR, facilita transações e incentiva práticas agrícolas sustentáveis dentro do ecossistema.

O Café Conectado é a plataforma tudo-em-um da Dimitra que une agricultores de café, cooperativas e comerciantes. Ela serve como uma solução de gestão de cadeia de suprimentos que rastreia o café desde o cultivo até a distribuição e fornece dados como origem do produto, ingredientes e técnicas de cultivo envolvidas. A plataforma garante que o café produzido atenda aos padrões de qualidade globais e cumpra com a EUDR, evitando que os pequenos produtores sejam excluídos dos mercados internacionais.

A plataforma também permite a agricultura inteligente com a ajuda de IoT e IA. Os agricultores têm acesso a dados que os ajudarão a melhorar a produtividade e a lucratividade, enquanto mantêm práticas agrícolas sustentáveis. Com dispositivos IoT, dados em tempo real sobre o campo e armazenamento são coletados.

A IA atua como assistente do agricultor e analisa os dados do campo para fazer sugestões, como tempo de plantio e colheita e cronograma de irrigação. A agricultura orientada por dados torna possível cultivar plantas mais saudáveis com menos despesas.

As compras no aplicativo também estão disponíveis no Café Conectado para melhorar a experiência do usuário. Os compradores podem fazer pedidos diretamente com os agricultores para encurtar o processo de aquisição e até mesmo classificar lotes de café para tomar melhores decisões de compra.

Conectando agricultores aos mercados internacionais


A Dimitra também capacita agricultores locais ao se associar a grandes empresas agrícolas que priorizam seu bem-estar. Parcerias com organizações como Alkaff e ARASCO conectam agricultores aos mercados internacionais enquanto ampliam a plataforma.

A Arasco, uma empresa internacional de alimentos, apoia a segurança alimentar e a sustentabilidade no Oriente Médio. Com a ajuda da Dimitra, a Arasco aprimora a rastreabilidade e a transparência em sua cadeia de suprimentos, melhora a gestão de dados e aumenta a eficiência, enquanto enfrenta o desafio de alinhar as práticas agrícolas locais com as regulamentações internacionais.

A conformidade com a EUDR é uma responsabilidade não apenas para os agricultores, mas também para as empresas e importadores. A Alkaff, uma empresa verde com sede na Itália, fez parceria com a Dimitra para se preparar para a EUDR que se aproxima. Ao utilizar a plataforma de desmatamento da Dimitra, a Alkaff mapeará toda a sua cadeia de suprimentos e preparará relatórios automáticos de due diligence para garantir a conformidade.

Rumo a um futuro sustentável


A Dimitra apoia mais de 1.000.000 de agricultores e tem parceiros em 68 países. Sua plataforma Café Conectado capacita agricultores de diversas regiões, incluindo Indonésia, Etiópia, Honduras, Camarões e Arábia Saudita.

A integração da blockchain na agricultura é uma tendência crescente. Projetos de blockchain como a Dimitra ajudam os agricultores a cumprir regulamentações, reduzir o impacto ambiental e otimizar os rendimentos. Ao se tornar parte do ecossistema, os consumidores garantem a segurança alimentar e têm a chance de contribuir para um futuro sustentável.

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