Lutando contra o desmatamento com a ajuda de blockchain e AgTech

Descubra como a tecnologia blockchain pode ajudar a prevenir o desmatamento a partir do solo.

Esse Artigo foi originalmente publicado pelo Cointelegraph em inglês, para Visualizar a versão original neste link.

A tecnologia blockchain há muito que faz parte da revolução na gestão global da cadeia de fornecimento e do agronegócio. Contudo, como o mundo continua a enfrentar os efeitos adversos do aquecimento global e a crescente necessidade de mudar a forma como as empresas abordam os recursos naturais, esta tecnologia tem um papel ainda maior a desempenhar.

O desmatamento é um dos principais fatores que contribuem para o rápido aumento da temperatura global. As florestas constituem uma parte essencial da flora e da diversidade biológica do planeta, e à medida que a industrialização e a urbanização se instalam, o desmatamento está se tornando um problema evidente.

A tecnologia Blockchain e a AgTech podem desempenhar um papel significativo para ajudar a desacelerar as taxas de desmatamento a nível mundial. Além disso, as empresas e negócios estão começando a tomar consciência, e mais empresários estão a utilizar este tipo de tecnologia no centro das suas operações.

Cadeias de fornecimento sustentáveis com segurança acrescida

AgTech ajuda a combater o desmatamento, apoiando o desenvolvimento de cadeias de fornecimento sustentáveis. Através da tecnologia de blockchain, a AgTech pode ajudar os empresários e os agricultores a rastrear a origem dos produtos agrícolas, assegurando que estes são produzidos utilizando práticas sustentáveis.

É importante notar que a AgTech pode ajudar a aumentar a sustentabilidade em toda a cadeia de fornecimento através da utilização de ferramentas agrícolas de precisão, tais como redes de sensores, drones e equipamento de plantação de precisão. Estas ferramentas podem ajudar os agricultores a compreender melhor as condições das suas terras e a tomar decisões mais informadas sobre plantação, irrigação e outros aspectos da agricultura. Isto pode levar a um aumento do rendimento das culturas e a custos de produção mais baixos que, por sua vez, podem reduzir a necessidade de limpar novas terras para a agricultura e, finalmente, reduzir o impacto ambiental do setor agrícola.

Além disso, à medida que os aperfeiçoamentos chegam ao setor da tecnologia blockchain, os produtos AgTech também estão se tornando mais avançados. O pioneiro da AgTech, Dimitra, líder mundial em integrações de blockchain na indústria agrícola, está a utilizar inteligência artificial, imagem por satélite e tecnologia móvel para ajudar a impulsionar a sustentabilidade e aumentar a transparência na gestão da cadeia de fornecimento.

As ferramentas AgTech podem também ajudar na implementação de práticas agrícolas sustentáveis como a rotação de culturas, a cultura de cobertura e a agroflorestação. Por sua vez, estas técnicas podem melhorar a saúde do solo, reduzir a erosão e aumentar a resiliência geral da terra.

Este é apenas um exemplo de como as ferramentas Web3 podem ajudar a reduzir a procura de produtos criados através do desmatamento e a promover a utilização de produtos sustentáveis. Não só isso, mas a AgTech também oferece soluções de rastreabilidade que podem ajudar as empresas a provar a origem e o destino final dos seus produtos, em conformidade com vários regulamentos locais.

Regulamentação e Conformidade

A União Europeia pretende liderar o caminho em termos de regulamentação e requisitos de conformidade para empresas e produtores que procuram ajudar a combater o desmatamento. O organismo regulador da união introduziu regras que exigem que os importadores forneçam documentação que garanta que os bens trazidos para o mercado local são obtidos de forma sustentável e em conformidade com os regulamentos de desmatamento.

Estes regulamentos significam que a UE está a proibir o comércio de produtos ligados ao desmatamento em todo o mundo e a ajudar a combater os efeitos das alterações climáticas. Os comerciantes e operadores têm 18 meses para se adaptarem aos novos regulamentos, enquanto as empresas menores terão dois anos para se adaptarem. Ainda assim, todas as empresas terão de provar que os produtos não têm origem em terras desmatadas após 31 de Dezembro de 2020. Os operadores terão de fornecer provas por satélite que demonstrem que as fazendas de origem não estiveram envolvidas no desmatamento, assim como provas GPS da origem dos produtos, os operadores terão de verificar que a sua produção também está em conformidade com as leis locais do país produtor.

Esta é outra esfera onde a tecnologia blockchain e a AgTech podem desempenhar um papel crucial. À medida que cada vez mais empresas se voltam para os registros distribuídos para melhorar as suas cadeias de fornecimento, o rastreio e monitoramento de todos os materiais utilizados ao longo da produção também tem-se tornado mais transparentes.

Além disso, as empresas Web3 estão unindo-se ao esforço de limitar o desmatamento. Com base nas suas ferramentas de gestão da cadeia de fornecimento, Dimitra criou um Módulo de Certificação de Desmatamento como uma atualização para as suas plataformas Connected Farmer and Livestock Guru, baseado na tecnologia blockchain. Este módulo faz avaliações de desmatamento e confirma a conformidade para produtores, comerciantes, empresas de bens de consumo e reguladores com base em dados armazenados na blockchain.

Lutando por um futuro melhor

Embora a AgTech seja ainda um setor relativamente novo e apenas algumas empresas agrícolas tenham adotado soluções baseadas em blockchain, esta tecnologia tem um grande potencial para trazer sustentabilidade à indústria.

Empresas como a Dimitra estão a trabalhar ativamente para trazer soluções AgTech fáceis de usar e acessíveis que podem ser implementadas em empresas de todas as dimensões — desde a menor fazenda até o conglomerado agrícola mais significativo.

A luta contra as alterações climáticas é um dos maiores desafios que a raça humana enfrenta atualmente, e as soluções baseadas em blockchain podem ser a salvação da pátria quando se trata de fatores como o desmatamento.